Esta sessão foi pensada enquanto fórum de antropologia, como uma assembleia alargada da APA em que o público é convidado a participar amplamente ao longo de três eixos de itinerância da nossa disciplina: os futuros da antropologia, com os espectros dos autoritarismos e fascismos emergentes e crise climática já em curso; a vertente de antropologia pública em combinação com as vertentes de investigação e ensino; e as colaborações possíveis – entre comunidades de antropologia e entre parceiros na produção de conhecimento. Colegas participantes no congresso generosamente aceitaram o convite para integrar o fórum e lançar a discussão a partir destes eixos e questionamentos. Perspectivando o futuro teremos Antônio Carlos de Souza Lima (UFRJ), para os autoritarismos emergentes, e Humberto Martins (UTAD/CRIA - UMinho), para os futuros ambientais. Cristina Santinho (ISCTE) abordará a intervenção pública a partir do trabalho com refugiados, e Lurdes Pequito (Esc Sec R D Leonor) focará o ensino da antropologia no secundário. Para os caminhos de colaboração teremos Miriam Grossi (UFSC), na dimensão colaborações internacionais, e Vítor Matos (U Évora), para as colaborações entre as sub-áreas da antropologia e com comunidades. E o público, membros da APA e quem mais estiver presente, alimentará este debate de itinerâncias e permanências.
Antonio Carlos de Souza Lima é antropólogo, Professor Titular do Museu Nacional/UFRJ e também do PPGA/UFF. Foi Bolseiro Luso-Afro-Brasileiro do ICS/UL em 1998/99. Bolsista de produtividade em Pesquisa 1A do CNPq e CNE/Faperj. Foi Presidente da Associação Brasileira de Antropologia (2015-2016); Coordenador da Área de Antropologia e Arqueologia junto à Capes (2018-2022). Atua nas áreas de Antropologia do Estado (indigenismo, política indigenista; elites; povos indígenas e universidade; estudos sobre a administração pública e a cooperação técnica internacional) e História da Antropologia no Brasil.
Humberto Martins é Professor Auxiliar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Doutorado em Antropologia Social e Antropologia Visual pela Universidade de Manchester em 2005. Mestre em Ciências Sociais pela Universidade de Lisboa. Mestre em Antropologia Visual pela Universidade de Manchester. Licenciado em Sociologia pela Universidade Nova de Lisboa. É o actual director da revista Etnográfica. Tem como principais interesses de investigação a antropologia visual e estudos no âmbito de uma antropologia mais do que humana – particularmente em torno de questões ambientais (áreas protegidas, interacções humanos / não humanos, Antropoceno).
Lurdes Pequito é Doutora em Antropologia (ISCTE-IUL), e licenciada e mestre em Filosofia (Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa) com publicações na área da Filosofia da Arte e Estética de Hegel. É Investigadora integrada (CRIA-ISCTE - grupo Quotidianos, Políticas e Desigualdades) e Membro da direção da APA (linha de ação: antropologia nas escolas secundárias). Tem trabalho com investigações e desenvolvimento de projetos na área dos processos de construção de memória (técnica e hidroeletricidade), e é Professora do ensino secundário (Filosofia, Sociologia, Antropologia) com projetos em parceria com instituições (Santa Casa da Misericórdia, Estabelecimento Prisional do Linhó, Centro de Reabilitação de Alcoitão entre outros).
Cristina Santinho é doutorada em Antropologia pelo ISCTE-IUL, investigadora do CRIA e membro da APA. A sua investigação tem-se centrado em pessoas em situação de refúgio, em Portugal. Coordenou vários projetos, nomeadamente, "Living in a Different Culture", com foco no acesso de estudantes refugiados ao ensino superior. É colaboradora do “Fórum Refúgio Portugal” (plataforma de associações de refugiados) e membro co-fundador do grupo “Academias na Mesa”, composto por refugiados e académicos
Miriam Grossi é Professora Titular da Universidade Federal de Santa Catarina, e foi professora visitante na UnB, U Chile, EHESS, ISCTE, Columbia University e IHEAL-Sorbonne Nouvelle. Foi pioneira nos estudos de género e sexualidade e fundadora e coordenadora do NIGS (Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade). Tem uma expressiva carreira no campo da ciência e tecnologia no Brasil, como membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do CTC da CAPES e em associações cientificas como presidente da Associação Brasileira de Antropologia e da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciências Sociais (ANPOCS), membro da diretoria da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC e atualmente vice-presidente da International Union of Anthropological and Ethnological Sciences (IUAES) e membro do comitê assessor para Gênero da ISC (International Science Council).
Vitor Matos é Professor auxiliar na Universidade de Évora; Membro integrado do CIAS (Centro de Investigação em Antropologia e Saúde, Universidade de Coimbra), onde coordena o grupo de investigação “Populações e Culturas do Passado”. É editor associado da revista Antropologia Portuguesa. A investigação de Vítor Matos no domínio da antropologia biológica centra-se na bioarqueologia, paleopatologia e antropologia forense, com especial interesse no estudo dos aspetos bioculturais associados à evolução e história das doenças, em particular das infeciosas, como a lepra e a tuberculose. A sua abordagem combina trabalho de campo em contextos arqueológicos com a análise laboratorial de esqueletos humanos e a consulta de arquivos clínicos de antigos hospitais portugueses, como o Hospital-Colónia Rovisco Pais e o Sanatório Carlos Vasconcelos Porto.
Simone Frangella é investigadora associada no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. É doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas (UNICAMP), Brasil (2004). Tem trabalhado em universidades do Brasil, do Reino Unido e de Portugal. Os seus interesses de pesquisa são mobilidades e territorialidades, sobretudo urbanas, as redes transnacionais, a relações de gênero e familiares. Atualmente estuda as configurações e margens territoriais dos bairros da Área Metropolitana de Lisboa, enfocando as relações de pertença territoriais e sua articulação com as relações intergeracionais, as diferentes experiências laborais e as relações de convivialidade. É membro da direção da APA e presidente da ABRE (Associação dos Brasilianistas na Europa).
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